Com um outubro melhor que setembro nas vendas de veículos (4,7%), mas com um recuo de -24,5% quando comparado ao mesmo mês de 2020, a indústria automotiva mantém a preocupação em não atender à demanda no trimestre tradicionalmente mais aquecido do ano.
No balanço do mês passado, a Anfavea, que reúne as montadoras, aponta que este foi o pior outubro dos últimos cinco anos. “Os esforços das áreas de compras, logística e manufatura das montadoras merecem todos os elogios, mas infelizmente a demanda reprimida, somada ao tradicional aquecimento de fim de ano, poderá não ser atendida pela oferta”, afirmou o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes.
A produção de veículos leves e pesados avançou 2,6%, com ligeira queda (-1,7%) de caminhões como reflexo da falta de semicondutores.
Política industrial
O presidente da Anfavea disse ainda que vários setores têm interesse em nacionalizar microchips no Brasil e algumas conversas ocorrem entre entidades e governo. “Isso não será resolvido em 3 meses, é um planejamento de estado, com visão estratégica da indústria de transformação. Precisamos ter um ‘plano indústria’, pensando no impacto transversal, não só para atender à demanda do automotivo, mas também para celulares, eletrônicos, automação industrial, computadores e infraestrutura de comunicação, entre outros. Isso é o futuro. Precisamos pensar no futuro da indústria de transformação, nos próximos 10 a 15 anos, de ser menos dependente da Ásia para um item tão relevante para a transformação tecnológica do país”, avalia Moraes.