Com um dezembro mais próspero, todos os segmentos automotivos tiveram alta em relação ao mês anterior. No balanço do ano de 2021, contando com o mercado automotivo completo – automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos agrícolas – as vendas cresceram 10,57% sobre 2020. Os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
“Ainda vivemos uma crise global, de abastecimento de insumos e componentes na indústria, e novos desafios têm surgido para o setor, como os constantes aumentos nas taxas de juros, que vêm impactando nos financiamentos. Ainda assim, conseguimos fechar o ano de 2021 com o 12º melhor resultado, desde 1957”, avaliou José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, recém-eleito para o triênio 2022-2024.
Autoveículos ficaram estáveis
As vendas de autoveículos totalizaram 1.974.431 unidades. Esse volume não é tão empolgante porque representa um pequeno avanço de 1,21% sobre 2020, ano crítico de pandemia, com muitas fábricas fechadas e produções limitadas por quase todo o período.
A recuperação esperada para 2021, contudo, não aconteceu. Falta de componentes, como borracha, plásticos e, sobretudo, semicondutores, levaram a indústria a uma crise de oferta sem precedentes.
A estimativa é de que cerca de 500 mil carros deixaram de ser produzidos no Brasil por causa das paralisações das fábricas sem componentes. Só a planta de Gravataí (RS), da General Motors, que monta 1 Onix por minuto, ficou sem produzir o modelo até – então mais vendido do Brasil – de março a agosto.
Comerciais leves e caminhões são destaques
Em automóveis e comerciais leves, a alta de pouco mais de 1%. Mas olhando de perto, esse avanço foi puxado pelo segmento de picapes e furgões, que cresceu 24,24%, enquanto automóveis retraiu -3,56%.
O segmento de caminhões foi o que mais cresceu em relação a 2020: 42,82%, com a boa performance de modelos pesados. Do total de 127.357 das unidades vendidas em 2021, 64.753 (ou 50,84%) foram dos pesados, apoiados pelo crescimento dos setores de agronegócio, construção civil e mineração. Entre os pesados, o mais vendido foi o Volvo FH 540.
Crescimento de 2022 poderá ser menor
Diante deste cenário, a entidade que representa os distribuidores de veículos, faz uma projeção de alta de 5,2% para todo o setor este ano, ante 10,57% de 2021 sobre 2020.
“Nossos estudos apontam para o crescimento de todos os segmentos automotivos. Mas, é claro que situações conjunturais podem afetar essas estimativas, considerando que a indústria ainda sofre com a falta de insumos e componentes eletrônicos, que estamos diante de uma economia ainda turbulenta e iniciando um ano em que teremos eleições, que costumam criar um cenário de incertezas”, afirma Andreta Jr.