O Hyundai HB20 chega à linha 2023 com a mesma alma, mas renovado. Mesma alma porque o atual líder de vendas nacional manteve os bons motores, ganhou uma reestilização após uma segunda geração que não agradou tanto e aproveita a mudança de linha para receber um upgrade de tecnologias e segurança.

Será que esses são argumentos para manter o compacto no topo do ranking? E preços, estão competitivos?

Tudo isso e muito mais você confere nos 10 tópicos que selecionamos abaixo: não compre um novo HB20 antes de ler nosso dossiê.



1- Design: após 10 anos no mercado brasileiro, o HB20, nascido em 2012, está em plena forma. Você pode até ter visto alguns elementos parecidos com outros carros aqui ou ali, mas no geral as novas formas deste Hyundai estão bem harmoniosas.

Logo de cara já se nota as luzes diurnas (DLR) em seus novos faróis, mais afilados, em todas as versões (apenas na topo de linha em LED). A frente está agressiva, com a ampla grade bipartida, que dá a impressão de um carro mais largo. Os para-choques também estão mais volumosos.

Todo esse conjunto recebeu um design mais angular, que lembram as tendências de outros modelos maiores da própria marca sul-coreana fizeram o hatch encorpar 7,5 cm.

Atrás, o que mais chama a atenção são as lanternas em novo formato interligadas por uma faixa, outra inspiração vinda de Tucson e Elantra. As luzes de seta e ré ficam agora na parte de baixo do para-choque.

Na lateral, apenas as rodas receberam novos desenhos. Com essas pequenas e importantes mudanças, o novo Hyundai HB20 deve agradar em cheio.



2- Versões e preços

Conheça o que cada versão do novo HB20 oferece, além das novas nomenclaturas e preços*.

Todas as versões são equipadas com 6 airbags, freios ABS com EBD, controles eletrônicos de estabilidade e tração (ESP e TCS), sinalização de frenagem de emergência (ESS) e assistente de partida em rampa (HAC).

1.0 Sense manual = R$ 76.690: a versão de entrada recebeu painel de instrumentos com novo grafismo e tela de 3,5 polegadas, limitador de velocidade e piloto automático. As rodas de aço de 14” trazem calotas. Ar-condicionado, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, travamento automático das portas, rádio com bluetooth e 2 alto-falantes completam a lista.

1.0 Comfort manual = R$ 79.990: em relação à Sense, acrescenta rodas aro 15”, vidros traseiros elétricos, central multimídia BlueMedia com tela de 8” com Apple Carplay e Android Auto com conexão sem fio e entradas USB-C e USB-A. Por fora, maçanetas e capas de retrovisores (com piscas) vêm na pintura do carro.

1.0 Limited manual = R$ 85.490: A mais que a Comfort, traz rodas de liga leve de 15”, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, conexão BlueLink, regulagens do volante e faróis com acendimento automático.

1.0 Turbo Comfort = R$ 93.790 (manual) e R$ 99.390 (automático): aqui a diferença, além do motor e câmbios, são as rodas de 16” e antena tipo barbatana.

1.0 Turbo Platinum AT = R$ 105.390: esta versão adiciona a chave presencial com partida por botão (e também remota), rebatimento elétrico dos retrovisores, painel de instrumentos digital de 4,2” e porta USB-C para o banco traseiro. 

1.0 Turbo Platinum Plus AT = R$ 114.390: versão topo de linha possui a mais em relação às demais o ar-condicionado digital automático, sistema stop & go, aletas atrás do volante para trocas de marcha, carregador de celular por indução e um pacotão de segurança, que inclui detector de fadiga, farol alto adaptativo e alerta de saída segura, alerta e frenagem autônomas, assistente de tráfego cruzado traseiro e assistência de permanência e centralização em faixa.

(*os preços informados são baseados em Brasília e podem variar conforme o ICMS de cada Estado)



3- Motores – desempenho e consumo

Motores e câmbios, aprovados na geração anterior, foram mantidos:

1.0 flex aspirado de 3 cilindros de 80 cv e 10,2 kgfm de torque acoplado ao câmbio manual de 5 marchas;

1.0 TGDI flex, 3 cilindros, turbo com injeção direta, de 120 cv e 17,5 kgfm de torque com opção de câmbio manual ou automático, ambos de 6 marchas;

Avaliado na versão topo de linha, com motor turbo, o HB20 mostra muita disposição a partir dos 1.500 rpm, deixando o compacto arisco. Cuidado com os radares.

Consumo

1.0 aspirado manual 5 marchas:

Etanol (cidade/estrada): 9,8 / 10,7 km/l

Gasolina (cidade/estrada): 13,1 / 15 km/l

1.0 turbo manual seis marchas: 

Etanol (cidade/estrada): 9,5/ 10,9 km/l

Gasolina (cidade/estrada): 13,7/ 15,5 km/l

1.0 turbo automático seis marchas

Etanol (cidade/estrada): 8,6/ 10,2 km/l

Gasolina (cidade/estrada): 12,2/ 14,4 km/l



4- Tecnologias

A terceira geração do HB20 ficou mais bonita e tecnológica. Para se diferenciar da concorrência, o Hyundai oferece, nas versões mais caras, tecnologias vista apenas em segmentos superiores. Por exemplo, a possibilidade de ligar o carro a distância, pelo controle remoto da chave, para que o ar-condicionado proporcione uma temperatura mais confortável ao acessar a cabine. O motor fica assim por 10 minutos e depois desliga automaticamente.

A conexão e o carregamento sem fio são diferenciais, junto com os recursos de conectividade do sistema Bluelink aprimorados para o modelo, com chip e internet nativa Vivo. A novidade é que a gratuidade do Bluelink foi estendida de 6 meses para 3 anos – benefício que inclui os Hyundai mais antigos.

O novo sistema Bluelink possui recursos de reconhecimento de voz e conta com até 3 entradas USB (conforme a versão). Um interessante recurso disponível é poder ligar o carro via app. Por exemplo, em uma viagem, o proprietário pode ligar o carro de onde estiver por sinal de internet para fazer o veículo funcionar e saber também onde está o carro.

Versões Limited, Platinum e Platinum Plus possuem monitoramento da traseira pela câmera e sensor de estacionamento traseiro, e função de acendimento automático dos faróis. Controle de cruzeiro e limitador de velocidade tornam-se padrão para toda a linha.



5- Segurança

As assistências ao motorista ganharam um capítulo à parte no compacto, embora esteja disponível apenas na versão topo de linha. Testamos algumas na pista da Pirelli e esperamos que nunca você precise delas.

O mais emocionante é o sistema de frenagem automática: enquanto eu, dirigindo, ia ao encontro de um painel a cerca de 50 km/h, um instrutor da Hyundai orientava a não olhar para frente (“olhe para mim!”, gritava) para evitar minha ação instintiva de frear. O susto é inevitável, mas o alívio vem em fração de segundos: o HB20 freia secamente a centímetros do painel.

Outro susto com final feliz estava no trajeto: ao sair de uma vaga em ré, entra em ação o Assistente de Tráfego Cruzado Traseiro (RCCA), que usa radares para detectar quando um veículo se aproxima, emitindo um aviso sonoro e até mesmo freando, se necessário. Foi o que aconteceu neste novo teste, para evitar uma colisão.

O Assistente de Centralização em Faixa (LFA) monitora a posição do veículo em relação à sinalização horizontal e o veículo que vai à frente, e atua de forma autônoma, puxando o volante de volta e o centralizando na faixa de rodagem.

O HB20 também conta com o Assistente de Ponto Cego (BCA), que também pode controlar o veículo de forma autônoma para reduzir o risco de uma colisão ao mudar de faixa.

Outro alerta inédito é o de Saída Segura, que impede acidentes que podem ser causados por portas abertas quando outros veículos se aproximam. O sistema emite avisos se um carro, ao se aproximar por trás, for detectado no momento em que um ocupante abre a porta para sair.



6- Acabamento

Por dentro, a maior novidade é o painel de instrumentos digital para as duas versões mais caras. Mas nem nelas o banco do motorista possui ajuste elétrico.

Os revestimentos, alguns de plástico texturizado, são de boa qualidade, e em geral agradáveis ao toque.

Apesar de crescer em comprimento, continua compacto por dentro. O porta-malas acomoda 300 litros de volume.



7- Revenda

Após uma década no mercado, o HB20 já provou que é sucesso de vendas e bom também como seminovo e usado.

Na oitava edição do Selo Maior Valor de Revenda Autos 2021, realizado pela Agência Autoinforme, o Hyundai HB20 foi o grande vencedor, por ter apresentado valorização de mais de 17% em um ano.

O mercado é muito dinâmico e outros concorrentes podem se destacar, mas é inegável que o HB20 é daquele tipo de carro que tem alta procura e gira rápido nas lojas. Um de seus bons argumentos é a garantia de fábrica de 5 anos e a economia de seus motores 1.0.



8- Concorrentes

Em sua apresentação, a Hyundai colocou o novo HB20 lado a lado com Honda City e Toyota Yaris, com os quais leva vantagem em preço e algumas tecnologias. Mas os compactos de origem japonesa estão em outro patamar, superior, incluindo acabamento e espaço.

A Hyundai também se referiu o HB20 junto com o Chevrolet Onix, esse sim um concorrente mais próximo, com quem o Hyundai briga em segurança, conectividade e preço.

Outro hatch compacto forte nessa briga é o Peugeot 208, que acaba de receber motor 1.0 e está com preços mais acessíveis. Perde, contudo, nas versões mais equipadas, já que o Hyundai se dá melhor com o motor 1.0 turbo enquanto o 208 conta com o 1.6 menos potente e mais gastão.

Porém, cabe incluir nesta lista, o Fiat Argo (que receberá um facelift) e o Volkswagen Polo (que também muda em breve), à espera do que vão trazer para realmente aguçar essa briga com o Hyundai HB20.



9- O sedã chega depois

Durante a apresentação do hatch, a Hyundai deu uma palhinha exibindo, de forma estática, o novo HB20S, à venda a partir de outubro. Detalhes técnicos, versões e preços ainda não foram divulgados, até para que um não “abafe” o lançamento do outro.

Assim como o hatch, a marca coreana acertou no design do sedã, com a mesma frente. A traseira ficou elegante e a faixa que interliga as lanternas fica iluminada (diferentemente do hatch). O sedã ainda terá de diferente a abertura da tampa do porta-malas por aproximação.

Motores, conectividade, segurança e conforto das diferentes versões devem seguir o caminho do HB20.



10- Afinal, o HB20 vai continuar bem no mercado?

A melhor resposta para isso é: se a segunda geração, de desenho controverso, caiu no gosto e emplaca hoje a liderança entre os automóveis, não há dúvidas que o novo HB20 reúne credenciais para se manter no topo.

A Hyundai soube trocar de geração na hora certa, mantendo os bons motores e com itens valorizados pelo consumidor, como conectividade, gratuidade do Bluelink e conexão sem fio.

A segurança é exemplar, mas o pacote SmartSense poderia estar disponível em versões mais em conta. Quem sabe a concorrência não pressione e a coreana coloque alguns itens em versões abaixo da topo de linha?

Os atributos são convincentes, partindo de um design mais harmonioso e uma oferta atraente de features. Ao volante, o HB20 turbo é arisco e divertido. E pra finalizar, é um carro com excelente aceitação no mercado de usados. A concorrência é que vai ter de se mexer para alcançá-lo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *