Tarcisio Dias*
“A contribuição da cadeia automobilística na descarbonização” foi o tema central da 29ª edição do SIMEA 2022 – Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, realizado em São Paulo nos dias 18 e 19 de agosto.
Os dois dias do maior evento técnico automotivo foram marcados por apresentação sobre as tendências de redução de CO2 na pegada de carbono, visão consolidada da política de redução de carbono no Brasil e o mercado brasileiro na visão dos fabricantes de equipamento primário.
A contribuição do etanol para o futuro da mobilidade também foi tema de palestra. Do fóssil ao renovável – sinergias para uma transição sustentável e o impacto da redução de CO2 na visão dos sistemistas, completaram o primeiro dia de atividades.
O Brasil e as fontes de energia alternativas foi o tema do segundo painel, que contou com três palestras. Os potenciais para a mobilidade sustentável no Brasil, fontes de energia alternativas aplicadas no transporte e célula de combustível etanol no carregamento de veículos elétricos.
Ainda foram abordados a contribuição das PPPs na descarbonização e como medir e alavancar as inovações sustentáveis no setor automotivo a partir dos recursos financeiros disponíveis.
Durante os dois dias, em paralelo aos painéis, palestras e a mesa redonda, o SIMEA 2022 contou com apresentação de 43 trabalhos técnicos e área de exposição.
Uma só tecnologia não basta. Quem acompanha a coluna Mecânica Online®observa o quanto eu tenho falado sobre a mobilidade elétrica. Ela não é o futuro, mas sim, uma realidade que já acontece em vários mercados, inclusive aqui no Brasil, mas ela não será única.
A eletricidade vai conviver com outras fontes de energia como o etanol, gás natural veicular e o hidrogênio, entre outras.
Esse debate ficou bastante claro na temática do SIMEA 2022, com o posicionamento dos executivos participantes sobre a importância dos biocombustíveis na mobilidade brasileira.
O Brasil é um país privilegiado, com uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta combinando etanol, biodiesel e biogás, entre outros, garantindo que o híbrido flex seja uma opção a ser considerada para nosso mercado e como também em outros países sem direcionamento elétrico.
As novas tecnologias vão coexistir em todo o mundo e o que vai prevalecer em cada localidade dependerá dos recursos naturais predominantes. Ninguém tem dúvida do sucesso brasileiro quando o assunto é combustíveis alternativos.
O mundo não vai migrar direto para o veículo elétrico e o Brasil possui alternativas limpas e tecnologias para enfrentar o mercado internacional.
*Tarcisio Dias – Profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista. Desenvolve o site Mecânica Online® (mecanicaonline.com.br) e sua exclusiva área de cursos sobre mecânica na internet (cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.