Tarcisio Dias*
Esse foi o acordo assinado pela UE – União Europeia, que após mais de cinco anos de debate e uma proposta firme apresentada no ano passado, concordou com seus primeiros termos sob um pacote “Fit for 55” para reduzir significativamente as emissões de carbono na Europa e alcançar a neutralidade climática até 2050.
O acordo da UE aumenta os cortes necessários às emissões de carbono até 2030 e emite uma proibição completa de novos carros e vans a combustão a partir de 2035.
A UE vem trabalhando há anos para estabelecer uma ampla proibição de veículos de combustão e está finalmente fazendo alguns avanços legislativos. Países como a Alemanha adotaram a proibição de vendas de veículos a combustão novos desde 2016 e desde então se juntaram a outros países como França e Holanda, incluindo muitas de suas respectivas montadoras locais.
A proibição existe sob a estratégia “Fit for 55” da UE, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em seu bloco de membros em 55% até 2030, em comparação com os números de 2021. Essa estratégia já foi criticada por grupos conservadores da União Europeia, bem como por algumas montadoras que acreditam que tais prazos simplesmente não são possíveis.
Marcas como Bentley, Mercedes-Benz, Grupo Volkswagen, Ford e Jaguar estão todos fortemente envolvidos e já começaram a girar suas estratégias de produção global para se tornarem totalmente elétricos. A Stellantis está até seguindo o exemplo, apesar dos comentários pessimistas anteriores de seu CEO Carlos Tavares.
Já a Volvo Cars levou seu corte de carbono ainda mais longe, anunciando uma saída da Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis ao final deste ano, afirmando que as referências do lobby automotivo de longa data não são suficientemente ambiciosas. Stellantis também está cortando laços com a mesma associação, mas citou como motivo os “desafios da mobilidade futura”.
Quer esses países da UE ou suas montadoras locais acreditem que uma proibição de combustão até 2035 seja possível ou não, as medidas legais para aplicá-la estão em andamento, marcando uma época na história do transporte que prepara o cenário para um futuro em que Veículo Elétrico será o ator principal.
De acordo com o conselho da UE, haverá algumas exceções à proibição de combustão de 2035. Por exemplo, a Lamborghini, que é uma montadora de combustão relativamente menor com produção limitada, receberá um ano extra para atingir as metas climáticas delineadas.
Outras alternativas, como veículos que operam inteiramente com combustíveis neutros em CO2, ainda podem buscar novos registros após 2035. Essa proposta específica ainda está pendente, no entanto.
Por enquanto, os novos veículos de combustão serão banidos na UE até 2035 e, felizmente, muitas montadoras já estão a caminho de reduzir suas emissões de CO2 a zero, mas precisarão acelerar para o benefício de toda a planeta.
As montadoras podem reclamar o quanto quiserem sobre os problemas que essas proibições podem apresentar na economia global no curto prazo, mas não adianta falar sobre economia se não tivermos um planeta habitável para economizar.
*Tarcisio Dias – Profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista. Desenvolve o site Mecânica Online® (mecanicaonline.com.br) e sua exclusiva área de cursos sobre mecânica na internet (cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.