Produção afetada

O primeiro semestre contou com o licenciamento de 851.444 automóveis e comerciais leves (autoveículos) no mercado brasileiro, resultado que representa queda de -15,4% sobre o volume licenciado no janeiro-junho de 2021.

Ainda assim, Andreta Jr, presidente da Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias, percebe uma evolução gradativa. Ele aponta problemas de abastecimento de componentes e piora nos indicadores econômicos, como a alta nas taxas de juros, aumento do custo do crédito e constantes reajustes nos preços dos combustíveis.

A média diária mensal das vendas saltou de 5.550 unidades em janeiro para 8.270, em junho. “Havendo retomada na produção e a possível recomposição das frotas de empresas (vendas diretas), podemos ter o resultado previsto no início desse ano, que apontava aumento de mais de 4% para esse segmento”, diz Andreta Jr.

O executivo diz que as autorizadas no país têm mais de 500 mil pedidos represados de veículos e casos de fila de espera de 1 ano.

Top 10 dos mais vendidos no Brasil no 1º semestre

Modelo                                              Unidades

1º Fiat Strada53.185
2º Hyundai HB2043.851
3º Chevrolet Onix35.365
4º Volkswagen T-Cross34.084
5º Fiat Mobi32.405
6º Jeep Compass32.151
7º Hyundai Creta30.693
8º Chevrolet Tracker28.367
9º Chevrolet Onix Plus28.287
10º Fiat Toro27.288
Fonte: Fenabrave / de janeiro à 1ª semana de julho
Fiat Strada continua líder. Foto Stellantis


Motos e caminhões impulsionam mercado

Quando analisamos o mercado geral – emplacamentos de autoveículos, caminhões, ônibus e motos – a perspectiva é um pouco melhor: ao invés de uma alta de 5,3% projetado em janeiro, o cenário que se desenha agora é que o ano encerrará com aumento de 5,5%. O otimismo vem da boa performance de caminhões e motocicletas.

O setor de duas rodas empurrou uma alta de 23% de janeiro a junho. Para Andreta Jr., há um claro efeito de substituição do carro pela moto em função dos preços dos combustíveis, da queda na renda pela inflação e a priorização do transporte individual. O segmento já vinha crescendo em função do aumento dos serviços de entrega.


Produção em queda

A produção no semestre acumula 1,092 milhão de autoveículos, queda de -5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. “A crise global dos semicondutores vem se prolongando, em função de novos fatores como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China, que afetam o fornecimento de insumos e a logística global”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Em suas projeções para 2022, a nova expectativa da produção é de fechar o ano com 2,340 milhões de unidades, alta de 4,1% sobre 2021. Para vendas internas, espera-se chegar a 2,140 milhões de autoveículos licenciados, crescimento de 1%.


Importados também recuam

A situação da Abeifa, que representa 11 marcas de veículos importados, não é diferente. No acumulado do semestre, a entidade anota baixa de -37,3% (8.265 unidades este ano x 13.181 veículos em 2021).

“A demanda de mercado continua aquecida. Mas, infelizmente, a oferta de produtos importados esbarra na falta de componentes, o que provoca desabastecimento. Também observamos diversas atualizações de portfólio e aceleração no crescimento da eletrificação veicular, demandando algum tempo de adaptação do mercado”, opina João Henrique de Oliveira, presidente da Abeifa.

Volvo XC60 foi o importado da Abeifa com maior venda: 1.001 unidades no 1º semestre. Foto Volvo

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