Tarcisio Dias*
Os carros serão elétricos. Essa é uma afirmação de todo e qualquer executivo da indústria automotiva, mas será que a eletricidade funciona para todos os cenários?
A busca pela redução das emissões tem sido o principal motivo de adoção da mobilidade elétrica, mas nem sempre a eletricidade pode ser a melhor opção do momento conforme seja a necessidade regional.
Países como Brasil e Índia tem um planejamento mais lento de adoção dos veículos elétricos. Segundo Paula Kovarsky, diretora de estratégia da Raízen S/A do Brasil, alguns setores como transporte e aviação comercial serão alvos fortes para o futuro dos biocombustíveis.
E não há nada que impeça os veículos elétricos de usar células de combustível para conversão do etanol em hidrogênio e assim mover os motores elétricos.
“Imagino que para as montadoras, no mesmo modelo de carro elétrico que teria bateria na Europa ou nos Estados Unidos, poderiam trocar essa bateria por uma célula a combustível no Brasil ou na Índia e usar etanol”, destaca a executiva.
O movimento global de governos e montadoras para aumentar a eletrificação dos carros não significa que o etanol estará morto como produto, segundo um executivo de um dos maiores produtores mundiais do biocombustível.
Fabricantes como Nissan, Toyota e Volkswagen estão desenvolvendo a tecnologia híbrida que utiliza etanol para produzir hidrogênio dentro do carro, o gás que, por sua vez, alimentará o motor elétrico.
E o Brasil, com uma larga malha para distribuição do etanol, pode sim aderir esse caminho.
O problema são os fabricantes de automóveis com seus planos de produção global. Será que valeria a pena produzir de forma global um carro para as necessidades de regiões específicas?
Além da demanda que continuará existindo em países que produzem o biocombustível e onde a adoção de VEs é vista como mais lenta, como acontece no Brasil e Índia, há indústrias que precisarão usar biocombustíveis para reduzir emissões onde a eletrificação não é uma opção viável, disse Paula Kovarsky, diretora de estratégia da Raízen SA do Brasil.
“Imagino que para as montadoras, no mesmo modelo de carro elétrico que teria bateria na Europa ou nos Estados Unidos, poderiam trocar essa bateria por uma célula a combustível no Brasil ou na Índia e usar etanol”, disse.
Kovarsky vê potencial para o etanol ser usado em combustível de aviação sustentável ou como combustível para navios – áreas onde baterias e eletrificação seriam difíceis de usar.
*Tarcisio Dias – Profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista. Desenvolve o site Mecânica Online® (mecanicaonline.com.br) e sua exclusiva área de cursos sobre mecânica na internet (cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.